vendredi 6 février 2009

Etimologia - Estudo das Palavras



"Na história de uma língua, as palavras mudam de forma e significado, desaparecem umas e outras novas se incorporam ao idioma. Nenhuma, porém, surge do nada. Na antiga Grécia já se manifestava preocupação com a etimologia, tratada por Platão no diálogo Crátilo.

Disciplina da lingüística histórica, a etimologia pesquisa a origem e a derivação das palavras e freqüentemente lhes revela o significado primitivo. Durante muito tempo, o parentesco entre as palavras se explicava apenas pela semelhança entre elas. Embora incapaz de elucidar sistematicamente a origem das palavras, a etimologia popular tornou-se responsável por algumas formas que ocorrem atualmente.

A etimologia constituiu-se em ciência quando Jacob Grimm descobriu as leis fonéticas de seu próprio idioma e divulgou-as em sua Gramática alemã (1819-1822). Em 1836, Friedrich Christian Diez iniciou a publicação da sua monumental Gramática das línguas românicas, em que estabelece as relações entre as línguas latinas entre si com o próprio latim, por meio de leis fixas de precisão quase matemática. Desde então, a etimologia é uma das áreas mais importantes da lingüística.

Modernamente acredita-se que as leis fonéticas não são tão rígidas como se pensava no curso do século XIX, por influência da ciência e filosofia positivista. Os fenômenos lingüísticos estão sujeitos a desvios impostos por causas externas e de ordem psicológica. Nas pesquisas etimológicas não se pode prescindir das leis fonéticas. Por exemplo, uma lei fonética do português estabelece que a consoante "p" se transforma em "b" quando se acha entre vogais no meio do vocábulo. Assim, do latim lupus e ripa chega-se a "lobo" e "riba" em português. Nesse caso diz-se que houve um abrandamento (ou sonorização), pois o "b" é mais brando que o "p". No francês ouve-se um "v" quando em latim há um "p" na situação indicada: louve e rive correspondem em português a "loba" e "riba". Sob o domínio de outras leis fonéticas, o latim evoluiu, na Gália, para uma língua semelhante ao português mas diferente dele.

O estudo sistemático das leis fonéticas permitiu associar diversas línguas a um mesmo tronco: português, castelhano, provençal, francês, italiano, romeno etc. ao latim; inglês, alemão, sueco etc. ao germânico primitivo; russo, búlgaro, polonês, tcheco, servo-croata etc. ao proto-eslavo, e assim por diante. Chegou-se então a sugerir, o que na atualidade é universalmente aceito, que várias línguas antigas, disseminadas num território que se estendia da Índia à Europa, procediam de um tronco primitivo, denominado indo-europeu, que seria um idioma falado na área geográfica que compreende o oeste da Rússia. Por circunstâncias favoráveis inexplicadas, o indo-europeu foi levado para o sudoeste da China, para a Índia, e para o resto da Europa.

Nem todas as línguas dessa vasta área têm a mesma origem, como o extinto tocariano, falado ainda na China no século VII. Na Europa, o vasconço, o húngaro, o finês e o turco não são línguas indo-européias. Na Ásia, algumas línguas semíticas conseguiram suplantar os dialetos indo-europeus: tal o caso do hitita, que desapareceu totalmente e cedeu lugar, depois de séculos, ao fenício.

O grande progresso dos estudos etimológicos permitiu conhecer a origem da maior parte das palavras da língua portuguesa. Foi traçada a história de cada vocábulo, com as diversas formas que assumiu ao longo do tempo, seus vários significados e as relações com outras palavras, vernáculas ou estrangeiras. Para isso, é importante também determinar o estrato social em que evolui cada palavra. Por exemplo, a palavra portuguesa "lupino" (do latim lupinus) não sofreu as mudanças observadas em "lobo", por ter chegado à língua por via erudita.

As etimologias estudam-se em gramáticas históricas, em dicionários etimológicos ou em trabalhos assistemáticos. Diez publicou em 1853 o primeiro Dicionário etimológico das línguas românicas. Outros, mais completos, ou particulares a determinados idiomas, foram editados depois. Antenor Nascentes é o pioneiro entre os dicionaristas etimológicos de língua portuguesa (1932). José Pedro Machado publicou em dois volumes o Dicionário etimológico da língua portuguesa (1952-1956), em que lançou luz sobre o enorme contingente árabe do léxico português.

As palavras correntes do português são indiscutivelmente latinas, ainda que do latim o português não tenha herdado senão um vocabulário pobre, pequeno cabedal que se expandiu sem perder o cunho originário. Com relação à matriz tupi, obra meritória é o Dicionário histórico das palavras portuguesas de origem tupi (1978), de Antônio Geraldo da Cunha."

EmDiv

jeudi 5 février 2009

Alceu Amoroso Lima

Alceu Amoroso Lima, nasceu na cidade fluminense de Petrópolis, a 11 de dezembro de 1893 . Filho de Manuel José Amoroso Lima e de Camila da Silva Amoroso Lima, faleceu no Rio de Janeiro, a 14 de agosto de 1893.

Eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 29 de agosto de 1935, foi empossado em 14 de dezembro de 1935. 

Cursou o Colégio Pedro II e formou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1913.

Crítico literário e polígrafo adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde, que usou em múltiplas oportunidades. Engajou-se, em 1922, no movimento modernista. Nesse mesmo ano publicou o livro "Afonso Arinos"- estudo crítico sobre a obra do escritor mineiro falecido em 1916.

Em "Estudos" reuniu, em cinco séries, trabalhos datados do período 1927-1933.

Convertido ao catolicismo por influência direta de Jackson de Figueiredo, Alceu tornou-se um dos mais respeitados paladinos da Igreja Católica no Brasil. Assumiu a direção do Centro Dom Vital, que congregava os líderes do catolicismo no Rio de Janeiro.

Na década de 1930 é incansável a produção editorial de Alceu Amoroso Lima: "Introdução à Economia Moderna"(1930): "Preparação à Sociologia (1931); "No limiar da Idade Nova"(1935); "O Espírito e o Mundo"(1936); "Idade, Sexo e Tempo" (1938).

Com a morte do professor Miguel Couto em 1934, Alceu Amoroso Lima candidata-se à vaga deixada na Academia Brasileira de Letras pelo ilustre clínico. Eleito, tomou posse no ano seguinte.

Catedrático de Literatura Brasileira na Faculdade Nacional de Filosofia, foi um dos fundadores, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, da qual chegou a ser presidente e onde lecionou, também, como catedrático, a referida disciplina.

Alceu Amoroso Lima e Afrânio Peixoto eram concunhados e tiveram como sogro o autor do "Mauá", acadêmico, industrial e consagrado advogado Alberto de Faria.

Além dos livros acima citados, desenvolveu Alceu grande atividade jornalística e ministrou cursos sobre civilização brasileira em universidades estrangeiras, inclusive na Sorbonne e nos Estados Unidos. Patrocinou em múltiplas ocasiões as cerimônias de formatura de estudantes de diversas especializações que rendiam tributo à sua luta constante contra os regimes de caráter autoritário.

Gentileza Academia Brasileira de Letras www.academia.org.br



Centro Cultural Alceu Amoroso Lima
Biografia

Quarto ocupante da Cadeira 40, eleito em 29 de agosto de 1935, na sucessão de Miguel Couto e recebido em 14 de dezembro de 1935 pelo Acadêmico Fernando Magalhães. Recebeu os Acadêmicos Afonso Pena Júnior, Viana Moog, Gilberto Amado, Augusto Meyer, Dom Marcos Barbosa e José Américo de Almeida.

Alceu Amoroso Lima, nasceu na cidade de Petrópolis, a 11 de dezembro de 1893. Filho de Manuel José Amoroso Lima e de Camila da Silva Amoroso Lima, faleceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, a 14 de agosto de 1983.

Cursou o Colégio Pedro II e formou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1913.

Crítico literário e polígrafo adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde. Em 1926 publicou o livro "Afonso Arinos"- estudo crítico sobre a obra do escritor mineiro falecido em 1916.

Em "Estudos" reuniu, em cinco séries, trabalhos de crítica datados do período 1927-1933, sendo considerado o crítico do modernismo.

Convertido ao catolicismo por influência de Jackson de Figueiredo, Alceu tornou-se um dos mais respeitados paladinos da Igreja Católica no Brasil. Assumiu a direção do Centro Dom Vital, que congregava os líderes do catolicismo no Rio de Janeiro.

Na década de 1930 é incansável a produção editorial de Alceu Amoroso Lima: "Introdução à Economia Moderna"(1930): "Preparação à Sociologia (1931); "No limiar da Idade Nova"(1935); "O Espírito e o Mundo"(1936); "Idade, Sexo e Tempo" (1938).

Com a morte de Miguel Couto em 1934, Alceu Amoroso Lima candidata-se à vaga deixada na Academia Brasileira de Letras pelo ilustre clínico. Eleito, tomou posse no ano seguinte.

Catedrático de Literatura Brasileira na Faculdade Nacional de Filosofia, foi um dos fundadores, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, foi Diretor de Assuntos Culturais da Organização dos Estados Americanos (1951).

Alceu Amoroso Lima e Afrânio Peixoto eram concunhados e tiveram como sogro o autor do "Mauá", acadêmico, industrial e consagrado advogado Alberto de Faria.

Além dos livros acima citados, desenvolveu Alceu grande atividade jornalística e ministrou cursos sobre civilização brasileira em universidades estrangeiras, inclusive na Sorbonne e nos Estados Unidos. Como articulista o Jornal do Brasil, destacou-se no combate ao regime militar.

www.academia.org.br/